quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A música do dia #1

A composição que diz o que sinto hoje, só pode ser esta...

A Via Láctea

Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz...
Mas não me diga isso...
Hoje a tristeza
Não é passageira
Hoje fiquei com febre
A tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela
Parecerá uma lágrima...
Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza
Das coisas com humor...
Mas não me diga isso...
É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa
Amanhã é um outro dia
Não é?...
Eu nem sei porque
Me sinto assim
Vem de repente um anjo
Triste perto de mim...
E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado
Por pensar em mim...
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz
Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho...
Quando tudo está perdido
Eu me sinto tão sozinho
Quando tudo está perdido
Não quero mais ser
Quem eu sou...
Mas não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...
Não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...
 ...

Quantos anos se passaram e isto volta assim. Se for um teste, então cansei-me e quero desistir.
(Luiz R. ~= 02:44 de 29/12/2010)

domingo, 12 de dezembro de 2010

...

Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas  memórias póstumas...

=)

E como se muda o mundo?

Desde minhas lembranças mais remotas, penso coisas gigantescas.

Eu queria ter uma banda de rock! Eu queria falar para uma multidão. Eu falei muitas e muitas vezes para multidões imaginárias. Discursei sobre os mais variados temas. Liderei campanhas, liderei revoltas, resolvi dilemas, semeei acordos, semeei discórdia.

A base de tudo era mudar o mundo! Via na TV um cara cantando "Caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento, num sol de quase dezembro...". Sabia que aquele cara tinha sido mandado embora do país por suas canções, por sua postura. Não entendia o que a música dizia, mas sabia que ela protestava contra aquilo. Em contrapartida, uma canção, quase de amor, dizia "Debaixo dos caracóis dos teus cabelos, uma história pra contar de um mundo tão distante". E tudo aquilo me fascinava. Filmes de guerra e cançoes de amor!

Meus ouvidos eram preenchidos com músicas geniais que questionavam "Que país é este?", ou de alguém que queria se encontrar mas nao sabia onde estava.

E em minha casa, uma guerra particular. Muitos conflitos, muita violência, pouca prosperidade. E eu só tinha alguns poucos anos. Tudo era confuso, não sabia explicar o que era mas sabia distinguir o que era resultado de algo bom ou ruim. Não sabia justificar, mas sabia identificar.

Pintaram-no como o diabo. Pintou-se como o diabo! Apenas 14 anos de vida e muita confusão. Facas foram erguidas, murros foram trocados, sangue escorreu na sagrada casa do menino de apenas 6 anos.

Eu precisava mudar o mundo, de qualquer forma, de alguma forma. Minha mãe chorava, meu pai não me amava como eu precisava. Só via tristeza neste mundo incompreensível. E por que Deus nao me levou em uma das muitas noites terríveis de bronquite aguda?

Eu precisava mudar o mundo. Nasci pra isto. Me formei por isto, evolui pra isto. E nada mudei!


Todos os dias acordo e enfrento minha luta diária contra a mentira, a hipocrisia. Enfrento a todos com a minha verdade, a minha crença. Às vezes sinto-me cercados por zumbis realmente. Nem sempre é fácil encontrar pessoas que pensem se o que estão fazendo, defendendo, realmente é o que deveriam fazer ou defender. Todos os dias me levanto pra provar que o mundo não me mudará e mesmo que eu não consiga mudar o mundo, lutarei pra que ele não consiga me mudar.

Nasci pra ir à guerra, fui preparado na arena mais selvagem que poderia suportar. Vi meus pais se matarem aos poucos, vi meu irmão destruindo uma família. Vi o amor nos olhos da minha irmã. Na pior situação do mundo, ainda somos capazes de ver amor. Às vezes, para sobreviver é preciso fechar os olhos, tampar os ouvidos, cantar uma música alta com os olhos cerrados e cheio de lágrimas. Cobrir a cabeça, também pode ajudar. Algumas coisas nunca passarão! É preciso conviver com elas e tentar ser alguém melhor.

Eu tive todos os exemplos negativos possíveis. Tive ótimos modelos também. Ser um Deus ou um Demônio pode ser apenas questão de perspectiva ou de tempo/espaço.

Às vezes, só queria ter nascido comum, normal. Às vezes, desejei dormir e acordar como um morto-vivo qualquer, aguardando o próximo madrugada de sonhos vãos.

(Luiz Roberto 12/12/2010 ~=00:14)