sábado, 27 de novembro de 2010

#Viagem - Algumas falsas verdades sobre o Brasil

Numa semana em que a violência foi transmitida ao vivo, direto dos morros do Rio de Janeiro para todo o Brasil, como um filme de ação, não tenho como falar de outra coisa que não seja sobre violência. Não vou me alongar muito, mas quero falar sobre uma grande mentira que muitos usam pra justificar a violência no país: o problema financeiro.

Estive recentemente (como relatarei numa data qualquer no futuro) em dois países da América do Sul: Peru e Bolívia. Este último o país mais pobre da América do Sul. Passei por cidades muito pobres, conheci um pouco de dois povos muito sofridos. Com problemas sérios de saneamento básico, sem dinheiro, sem infra-estrutura. Lugares onde não há água durante 1/3 do dia, onde não chove há meses, lugares onde não se tem emprego pra todos. Frio intenso, terras improdutivas, sal, deserto de sal. Sabe o que nasce sob um chão de sal? NADA. E nestas regiões eu, um turista óbvio e reluzente, estive seguro. Em nenhum momento notei qualquer violência ou fui alertado para tomar cuidado com minha segurança. Andei em ônibus durante muitas horas, com pessoas sentadas numa poltrona que deveria abrigar apenas uma pessoa com pouquíssimo conforto. No Brasil, temos MUITAS dificuldades, mas em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, o que temos são imagens de algo pré-paraíso se comparmos com alguns destes lugares onde estive. É falso dizer que pobreza gera violência. O que gera violência não é isto. Conheci (e muitos devem conhecer) pessoas extremamente pobres mas que jamais utilizaram o recurso da violência pra conquistar o que precisam.

É mais fácil ser violento, culpar os outros (e com muita razão) do que trabalhar, ir à luta. Acordar cedo, batalhar. Nunca foi fácil, NUNCA SERÁ fácil, mas é possível sair deste ciclo vicioso.

Pobreza não é desculpa. Educação é a solução. Nós, que nascemos pobres, temos que ter garra pra não se entregar, matar muito mais que um leão por dia, caminhar por muitas horas, dormir pouco, entristecer algumas vezes, sorrir outras tantas, mas seguir em frente, acordar e dormir e seguir acreditando.

Nada de jeitinho brasileiro.

Falarei disto mais pra frente...

(Luiz R. ~= 22:17 - 27/11/2010)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

#Viagem - Introdução

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 1 Coríntios 13:11 

Olhei muitas vezes pela janela de madeira lugares que eu jamais poderia conhecer.
Olhei muitas vezes pela janela de papel lugares em que nunca estaria.


Eu dizia em voz alta: "posso tudo o que quiser"! E muitos me ouviram dizer isto. Com a minha inteligência eu chegaria a qualquer lugar que quisesse, ninguém seria capaz de me dizer "você não pode!". Falei muitas vezes  mas sabia que era um mundo muito distante. O tempo passou e a minha fantasia diminuiu, foi se esvaindo aos poucos. A minha realidade estava muito distante daqueles mundos longínquos que via pela TV ou impressos em papéis de livros e revistas.


Muitos anos depois, a realidade amenizou-se, cheguei a lugares onde não imaginava mais. Tive oportunidades de tocar o que não parecia real. Vi montanhas e vales, lagos e mares, geleiras e desertos. Contarei um pouco da viagem da minha vida. Tudo tão grandioso. Viajar o mundo inteiro e perceber que onde quer que você esteja você estará vazio se não tiver aquilo que lhe falta. E todos sabem se lhe falta algo.


(Luiz Roberto ~=18:45 15/11/2010)