sábado, 19 de junho de 2010

Mais um dos grandes se foi

A finitude é clara. Os motivos não são. Mais uma vez, alguém se foi cedo demais. Não tão cedo quanto outros, mas alguns deveriam viver mais do que outros. Dizem que estava escrevendo uma nova obra. E fico pensando o que teríamos desta vez? Li que a Igreja Católica, noticiou sobre sua morte chamando-o de "populista extremista". Se a igreja se incomoda até com a morte de um escritor, então é porque este homem era importante. Não ruim! As pessoas, muitas vezes, confundem ser malvado com ter opinião! E não estou aqui defendendo as opiniões, mas a liberdade de pensamento! Sou um pensador-livre, tentando manter-me livre dos dogmas, livre dos pré-conceitos, e com isto, admiro aqueles que pensaram antes de afirmar. José Saramago, o autor de um dos livros mais próximos daquilo que penso da raça humana morreu. Aquele velho jargão parece fazer sentido: "vai-se o homem, cria-se o mito". Acho que ele não gostaria disto. Ou será que gostaria? Sei lá. Não me importo. Importa-me afirmar que os gênios estão morrendo e novos gênios não parecem nascer. Centenas de pessoas especiais se foram, mas outras centenas chegaram, só que nosso mundo parece não fabricar pessoas especiais, não no mesmo ritmo em que elas se vão! Será que isto tem a ver com a falta de espírito são que tomou conta de nossos contemporâneos?
Talvez você estranhe minha forma de escrever aqui. De alguma forma, desejei escrever este texto como ele escrevia seus livros: sem separação, sem descanso, como a vida vivida e não a vida contada. Nossos diálogos não são assim: um termina sua fala para só assim o outro iniciar a sua! Nossos diálogos são caóticos, confusos, onde quem fala mais alto é mais ouvido ou quer se fazer ouvir, forçosamente. Evidentemente que não tenho a pretensão de me comparar, apenas de homenagear. E como não estou dialogando com ninguem além de mim mesmo, não tenho como criar diálogos intensos, confusos, misturados.

Obrigado José. O fim chegou pra você, já que somos aquilo que acreditamos. Não havia Deus pra você então não devia haver um "além da vida", mas há algo que sempre se manterá: as obras! Sejam elas escritas, pensadas, desenhadas, não-terminadas. Enquanto houver um pensamento, haverá alguma vida. Nunca precisarei conhecer a verdade se nela, de alguma forma, eu já acreditar...

(Luiz Roberto 19/06/2010 ~=22:42)

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