Quantas vezes eu estive a beira do precipício e não me joguei? E inúmeras foram as vezes que eu não estava tão próximo assim e quis me aproximar.
Remédios, livros, médicos, esporte, alucinações e tudo o possível e não ilícito é tentado e nada surte efeito, não efeito duradouro, vem e vai e os demônios permanecem sempre por perto.
Escrever sempre foi a minha saída pra escapar do mundo das verdades e eu sempre esperei algum retorno. A verdade, talvez, é que eu sempre escrevi esperando que alguém me lesse, que alguém achasse algo bom na amargura que eu depositava nas minhas linhas tortas. Mas é possível algo bom nisto? Há quem possa ficar feliz lendo aquilo que eu não suporto sozinho dentro de mim??? Da mesma forma que quando eu leio um autor "maldito" (um daqueles que escreviam de forma mais pessimista) e me encanto, podem haver os que se identificam. Não se ama o mal, mas se ama saber que não está sozinho. Este é a a minha terapia: procurar algo que me tire da condição de caminhar sempre só!
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